O Tribunal de Contas do Município vetou os
corredores de ônibus. O Tribunal de Justiça impediu o aumento do IPTU. A
Polícia Civil avacalhou a Operação Braços Abertos. Não há uma iniciativa da
administração Fernando Haddad a salvo de alguma interferência saneadora
milagrosa.
Qual foi a última vez que um órgão fiscalizador estadual
vetou programas de Geraldo Alckmin? Ou que o Judiciário paulista retirou
centenas de milhões de reais dos cofres tucanos? Ou ainda que a soldadesca
entrou numa obra assistencial de qualquer prefeitura descendo o cacete nos
beneficiários?
Claro que nada é casual nisso tudo. Um sucesso do
PT em São Paulo, principalmente na sensível área dos transportes, soa como
hecatombe às sanguessugas paulistanas. O mesmo vale para tantos projetos
sociais que nasceriam de um vultoso aporte financeiro. E para a revitalização
das áreas centrais, somada ao alívio da calamidade que atinge os dependentes
químicos (área de atuação de Alexandre Padilha, pré-candidato petista ao
governo, que esteve no local horas antes da chegada dos paisanos de Alckmin).
Mas o que assombra nos episódios é o porte
institucional da sabotagem. Os três Poderes republicanos, em suas conformações
locais, revezam-se numa série de medidas estranhas que só beneficiam o projeto
reeleitoral do PSDB. São vinte anos de uma engrenagem muito bem regulada, a
serviço do bem comum.
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