quarta-feira, 5 de março de 2014

O Oscar 2014

 




















Todo ano fico assombrado com a quantidade de problemas no teleprompter, que levam os apresentadores a constrangimentos amadorísticos. E me pego fantasiando se ainda veremos uma cerimônia enxuta, sem baboseiras ou invencionices cafonas.

Em termos propriamente cinematográficos, mantenho as opiniões já publicadas aqui sobre o papel e a importância do Oscar. Mas não sei se o apelo à consagração do entretenimento conseguirá sempre salvar a festa dos grandes estúdios da concorrência dos equivalentes corporativos, tipo Globo de Ouro.

Quanto às premiações deste ano, terminaram previsivelmente insossas. “Gravidade”, apesar do primor visual, ressente-se da superficialidade do roteiro e de uma condução bastante acadêmica. “12 anos de escravidão”, mais importante e complexo, não foi reconhecido pelos motivos corretos.

A inclusão de filmes de baixo orçamento na disputa parece alvissareira, mas no final das contas revela a qualidade mediana dos concorrentes. “Ela” é talvez o “melhor” deles, mas recebeu um tratamento subalterno, que ilustra a preferência dos votantes pelo fascínio tecnológico e pelo dramalhão bem-intencionado.

Enfim, muita mensagem e pouco cinema, o que não deixa de ser um retrato acurado da filmografia estadunidense atual.

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