Parece teste de datilografia, mas é sigla para Organização dos Estados da América Latina e Caribe, que nasceu na cúpula brasileira recente. O evento foi um triunfo diplomático do governo Lula, independente de incertezas e palavrórios comuns em tais ocasiões (líderes nacionais deveriam evitar mergulhos no Atlântico diante de fotógrafos do mundo inteiro, ou eu é que vou ficando ranzinza?).
A cúpula também representa um subproduto positivo da tragicomédia bushiana. Os think tanks conservadores há muito discutem “como perdemos a América Latina” durante a administração George W. Bush (mostrando que nem sempre o melhor governante para os EUA é o melhor para nós). Uma reaproximação via Barack Obama terá de enfrentar o fim do embargo a Cuba, objetivo que, sozinho, justificaria o esforço de qualquer cúpula.
Com o irreversível esvaziamento da Organização dos Estados Americanos, guilda inventada para conferir certa legitimidade aos desmandos estadunidenses na região, os EUA foram isolados numa área de influências regionais circunscritas ao norte do continente – conveniências eleitorais em breve reformularão o protetorado colombiano, única exceção ainda restante. A resistência da esmagadora maioria dos governos sul-americanos a seguir a agenda da Casa Branca representa um marco histórico dos paradigmas diplomáticos estabelecidos no pós-guerra.
5 comentários:
Esclareça-me! Você sabe mais disso do que eu: sempre pensei que as únicas exceções na onda de esquerda na América do Sul eram a Colômbia e o Peru...
"pensei que as únicas exceções na onda de esquerda na América do Sul": mencione Cuba de uma vez. Vamos la, grite o pra quem quizer ouvir: GUILHERME COME CRIANCINHAS COM ALHO E SAL. GUILHERME EH CUBANO COMUNISTA. Ta pensando que vai funcionar?
Cuba = América CENTRAL
Que tipo de geografia ensinam para o povo hoje em dia?
Anônimo,
esquerda ou direita são conceitos pouco úteis nesta análise. Alan García parece-me mais preocupado com a soberania peruana do que Uribe com a colombiana. Ambos são conservadores, como Chávez também é, cada qual a seu modo. Isso independe do fenômeno da redução da influência dos EUA no continente.
Compreendi. Não se trata de ser neoliberal ou não e sim de ser favorável aos mecanismos que garantam maior integração regional (coisa que Uribe obviamente não é).
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