Vejo na bola de cristal que, nos próximos dias, o italiano beneficiado com asilo pelo governo brasileiro encabeçará duas propagandas: a da anistia aos crimes praticados na ditadura militar e a dos massacres perpetrados por Israel na Palestina.
Não se trata de discutir as responsabilidades criminais de Battisti, nem se a luta dos Proletários Armados pelo Comunismo era terrorista ou revolucionária. O julgamento do escritor, realizado por um Estado putrefeito, apresentou vícios político-partidários incontestáveis, e isso basta para considerá-lo injusto segundo os acordos internacionais de extradição.
Battisti agora será usado para cobrar do governo Lula uma definição acerca do “terrorismo estatal”, de que o PT acusa o governo israelense. E também se transformará em símbolo negativo da luta armada (de qualquer luta armada), tradicionalmente qualificada por torturadores como “terrorista”. Bandido bom é bandido útil.
2 comentários:
Scalzilli,
Neste capítulo da novela brasileira, o que mais me deixou espantado foi a posição tomada pela revista semanal "Carta Capital". A publicação chefiada pelo ítalo-brasileiro Mino Carta utilizou termos muito comuns a publicações estouvadas como a "Veja" e tantas outras, exemplos de como "não" fazer jornalismo.
Foi uma grande decepção ver a "Carta Capital" engrossar o coro da mídia burguesa.
Abraço!
http://www.imprensamarginal.blogspot.com/
Humberto,
não acompanhei a Carta Capital, mas lamento se o enfoque dela foi a favor da extradição. Há muito de orgulho ferido italiano, nesta e em outras reações negativas.
Abraços do
Guilherme
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