Os automóveis começarão a receber chips de computador no ano que vem. Até 2014 toda a frota do país possuirá a traquitana. A tecnologia necessária foi desenvolvida em segredo, com vistas grossas da imprensa corporativa, e está pronta. As leis já passaram.
O Poder Púbico é o maior beneficiário do dispositivo. Apanhará motoristas que não realizam inspeções, violam rodízios municipais ou deixam de pagar IPVA, multas, licenciamento. Quando administradores de índoles despóticas inventarem novas formas de lesar o contribuinte (pedágios urbanos, por exemplo), bastará aproveitar as torres de transmissão existentes.
Também as seguradoras lucrarão horrores com a possibilidade de rastrear automóveis roubados e furtados. Ou alguém acredita que o preço do seguro cairá?
Há dois problemas fundamentais nessa história. O primeiro, insanável, possui caráter doutrinário. Quanto maior a interferência do Estado sobre a individualidade, maiores o cerceamento de direitos e a violação da privacidade. O espaço público não é uma prisão de segurança máxima.
Outra conseqüência do monitoramento é incentivar uma série de novas atividades criminosas. Haverá a gangue do chip adulterado, seguradoras pagarão caixinhas para funcionários privilegiarem seus clientes (carros sem seguro serão ignorados por todos), adúlteros sofrerão chantagens, empregados serão espionados.
Pode o cidadão ser obrigado a pagar, mesmo que indiretamente, por um equipamento que não quer transportar consigo? Como reagiremos quando um governo futuro quiser implantar chips sob a pele de todos os recém-nascidos, “para sua própria segurança?”
6 comentários:
Perguntinha cretina e fora de hora.
Brancos endinheirados de olhos azuis e não tão azuis, togados, políticos, as zelites e a polícia também serão monitorados?
Recentemente comprei "O Estado e a Revolução" de Lênin. Confesso que na hora da compra fiquei em dúvidas sobre levá-lo ou não, afinal, parece não haver espaço para a Revolução numa sociedade cada vez mais alienada, individualista e fútil. Mas veja só o que Lênin escreve: "(...)os países mais adiantados se transformam em presídios militares para os trabalhadores (...)" Talvez eu tenha adquirido um livro bem mais atual do que eu imaginava!!!
O Estado já tem uma presença implacável na vida do cidadão brasileiro. Veja que nem se pode sair para a rua sem uma meia duzia de documentos no bolso. Precisa se de indentidade até para usar banheiro - que aconteceu de fato numa cidade brasileira que não vou mencionar por ser minha cidade natal mas saiu na prensa local. Tente abrir firma, alugar um apartamento..etc e ninguem parece se incomodar com isso.
Claro que é uma merda gigante e o pior é que travestem a idéia de boa e "mais" pior ainda, a população engole com farinha.
Vamos olhar pelo lado bom, pq sempre tem um. Talvez seja uma excelente oportunidade de deixarmos mais os carros na garagem e usar mais bicicleta, moto, patins, skate.....
E na hora de dar uma "escapadinha", usar a criatividade :)
Guilherme,
me parece difícil que um dispositivo destes seja adotado. Qual a fonte desta informação?
Anônimo, a tecnologia do dispositivo foi desenvolvida nos últimos anos pelo Instituto Von Braun, de Campinas, como consta nestas matérias:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u644931.shtml e http://routenews.com.br/index/?p=1796 .
Uma rápida pesquisa pelo Google pode mostrar o andamento da legislação nos Estados e no Congresso.
Na página do Denatran, já existe um cadastro para o tal Siniav, Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos.
Um abraço do
Guilherme
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