A festejada terceira via da imprensa corporativa transformou-se numa personagem solitária, sem cargo nem partido, vagando em busca de militância, estrutura, programa, enfim, das condições imprescindíveis para compor o mínimo projeto eleitoral. Esse vazio apenas comprova a fragilidade e o artificialismo inerentes ao “fenômeno Marina Silva”. E também revela a triste simplicidade do seu capital político, restrito a louvores biográficos, discursos moralistas e plataformas que, debaixo das aparências, relevam-se estranhas às reivindicações dos movimentos progressistas contemporâneos.
A defesa da tal “sonhática” é uma justificativa para evitar o jogo pesado da política profissional. Discutir utopias e revoluções inviáveis enriquece o ambiente democrático, mas não deixa de contribuir, por ineficácia ou omissão, para preservar o estado das coisas no mundo real do poder. E às vezes o quixotismo solitário esconde a intransigência, o culto à personalidade e certo grau de autoritarismo.
Mas o papel de purista arrependida não serve a Marina Silva. Sua candidatura presidencial foi usada pela estratégia demotucana de capturar os votos inerciais que levariam Dilma Rousseff à vitória no primeiro turno. É impossível acreditar que a ex-senadora ignorava o arranjo, no mínimo porque seu antigo PV coaduna há muito com os interesses do PSDB, e não apenas em São Paulo. Se topou a missão para robustecer a bancada verde no Congresso, Marina demonstra um maior senso de pragmatismo do que admite possuir. E não se diferencia tanto dos políticos malvados que de vez em quando repudia.
A defesa da tal “sonhática” é uma justificativa para evitar o jogo pesado da política profissional. Discutir utopias e revoluções inviáveis enriquece o ambiente democrático, mas não deixa de contribuir, por ineficácia ou omissão, para preservar o estado das coisas no mundo real do poder. E às vezes o quixotismo solitário esconde a intransigência, o culto à personalidade e certo grau de autoritarismo.
Mas o papel de purista arrependida não serve a Marina Silva. Sua candidatura presidencial foi usada pela estratégia demotucana de capturar os votos inerciais que levariam Dilma Rousseff à vitória no primeiro turno. É impossível acreditar que a ex-senadora ignorava o arranjo, no mínimo porque seu antigo PV coaduna há muito com os interesses do PSDB, e não apenas em São Paulo. Se topou a missão para robustecer a bancada verde no Congresso, Marina demonstra um maior senso de pragmatismo do que admite possuir. E não se diferencia tanto dos políticos malvados que de vez em quando repudia.
3 comentários:
"É impossível acreditar que a ex-senadora ignorava o arranjo, no mínimo porque seu antigo PV coaduna há muito com os interesses do PSDB, e não apenas em São Paulo."
...
assim como
...
É impossível dizer que na cabeça da Blá-Blá passava "o meio ambiente".
A grande mídia acalentou a candidatura da Marina somente para evitar a vitória antecipada da Dilma. A "onda" verde serviu apenas para empurrar o Serra ao segundo turno. O que de fato ocorreu, mas sem final feliz para os tucanos abortados nas urnas.
Adorei! Em poucas palavras, você disse muito. Resumiu com perfeição as (piores) contradições dessa senhora, aspirante à presidência.
Valeu!
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