Perspectivas alvinegras para 2012
Entusiasmados pelo acesso, os pontepretanos aplaudiram com justiça a administração Sérgio Carnielli. Continuo achando, porém, que ela erroneamente menospreza a força de um título para resgatar a imagem do clube e a auto-estima do torcedor. É temerário vislumbrar esses objetivos apenas na construção do novo estádio ou numa sofrida e secundária participação na mafiosa “elite” do futebol brasileiro.
Essas prioridades são incompatíveis porque demandam estratégias opostas. Para vencer um torneio decidido em “mata-mata” (Campeonato Paulista ou Copa do Brasil), o clube precisa de alguns atletas excelentes e caros, investimento maciço no curto prazo, contratos que prevejam transferências antes do segundo semestre. Já os pontos corridos requerem muitos jogadores medianos e mais baratos, planejamento duradouro, contratos longos.
É ilusório achar que a Ponte Preta, com o tratamento subalterno que recebe, conseguiria manter o elenco milionário e vitorioso por um ano inteiro, principalmente depois do tão cobiçado título. A opção sacrificaria as pretensões do time na disputa nacional, e talvez até o devolvesse à segunda divisão, mas bem sabemos que o rateio desigual de verbas faz do Campeonato Brasileiro uma farsa previsível manipulada pela Rede Globo. E desse arranjo a Ponte jamais fará parte, ao menos enquanto for incapaz de conquistar sequer um troféu estadual.
Estamos trocando o duvidoso pelo certo, é verdade, mas a um custo institucional que deveria ser medido com mais responsabilidade e participação da comunidade alvinegra. A regularidade sem brilhos que garante o clube na série A também o reduz a uma eterna posição coadjuvante em todos os torneios. Falta arrojo para quebrar essa redoma de confortável mediocridade, brindando a torcida com um motivo legítimo de orgulho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário