A administração Geraldo Alckmin (PSDB) sucumbiu ao crime organizado. Policiais honestos são fuzilados por bandidos civis, cidadãos
honestos são fuzilados por policiais bandidos, as gangues de ambos os exércitos
travam suas guerras particulares. A violência armada generalizou-se a tal ponto
que as autoridades chegam a tolerar as mais escancaradas infrações. A criminalidade
é cotidiana e impune em São Paulo.
Mas os problemas do estado vão muito além. Não
bastassem o colapso generalizado nos transportes públicos e a transformação das
rodovias em congestionamentos privatizados, chegamos ao ponto surreal de vidas
inocentes serem destruídas num bucólico passeio turístico. Em plena região
serrana, que abriga o palácio de inverno do mandatário e as acomodações
luxuosas da mais fina elite paulista.
Num governo petista, seriam escândalos para culminar
em afastamento do governador. Já na Terra do Nunca demotucana, a culpa recai na
favela, nos maconheiros, no governo Dilma, nos defensores dos direitos humanos,
no demônio da terceirização, num pobre motorneiro desassistido. A imprensa
partidarizada reclama do “ponto a que chegamos”, exige políticas públicas
sempre alheias e hipotéticas, generaliza a sensação de calamidade para
federalizá-la, naturaliza a incompetência administrativa como se fosse inerente
a um anódino “sistema” irremediável.
Enquanto isso, seguimos especulando acerca dos
limites da paciência do eleitorado perante o desastre que mídia ignora.
Um comentário:
É mesmo impressionante o pendor para a mistificação que se observa na "mídia" nativa. Que loucura! Seus profissionais parecem viver numa espécie de "mundo paralelo", em que tudo se passa como numa fantasia interminável. Vai-se de um capítulo a outro sem fazer nenhuma concessão ao bom senso e à realidade dos fatos. Que loucura!
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