Só mesmo a obtusão baba-ovos do conservadorismo nacional é capaz de julgar “natural” que o governo estadunidense espalhe seu aparato bélico em países soberanos de qualquer continente. O ridículo pretexto Hugo Chávez já se tornou uma espécie de chacota que ninguém leva a sério, como se crianças mimadas ficassem a repetir bordões acusadores à espera que alguém lhes dê uma bronca silenciadora.
Narcotráfico uma ova. Os apologistas do Plano Colômbia não têm a honradez de admitir seus objetivos reais. Se a ingerência visava extinguir as Farc e deu tão certo como diz a propaganda oficial, não seria necessário prorrogá-la; se deu errado, ou foi insuficiente, menos ainda. A cocaína, aliás, continua circulando às toneladas.
É impossível dissociar a presença militar estadunidense dos gigantescos recursos naturais em permanente descoberta na região amazônica, da futura exploração do pré-sal (cujas dimensões parecem mais assustadoras a cada estudo) e da vasta rede de oleodutos que percorre a porção ocidental do continente. Ninguém menciona que o governo Bush transformou o exército colombiano na maior força bélica da América do Sul, com um contingente quase igual ao brasileiro. A Colômbia é uma potência militar agressiva, controlada por um império de pretensões hegemônicas.
O antichavismo tosco pensa que Álvaro Uribe conquistou os governos vizinhos em lero-leros bilaterais. Mas o colombiano demonstrou covardia (por fugir do debate numa arena multipartidária) e desonestidade (ao ocultar seus verdadeiros interesses). Desde que ordenou um ataque em solo equatoriano, deveria ter sido relegado ao limbo dos agressores inaceitáveis. Ah, se fosse a selva israelense, não é mesmo?
Toda a teoria da “colaboração” militar com os EUA é falaciosa. A política repressiva contra as drogas fracassou há décadas, a começar pela criminalização do usuário, mantida por Washington na contramão da tendência histórica mundial. A soberania dos países é afetada sim, através da inevitável captação de informações estratégicas por parte dos militares instalados. Se os objetivos fossem realmente nobres, e puramente policiais, bastaria criar uma força de elite internacional, com tropas e equipamentos de todos os países da região. Mas decidimos só confiar no painho da Casa Branca.
Barack Obama, de quem tanto se esperava inicialmente, demonstra cada vez mais que sabe jogar o “War” da geopolítica intrusiva que herdou dos canalhas antecessores. Mas, claro, Hilary Clinton não está ali à toa.
5 comentários:
Vixi...apenas e não mais...muuuito bom...braços,
Insolitoecego
Parece que a FSP publicou (não li e não vou ler) artigo dos SIONISTAS Salomão Schwartzmann e Zevi Ghivelder (aaargghh!!) pintando o Chávez como o próprio Belzebu (até aí nenhuma novidade).Quero deixar claro que não sou "chavista" com ou sem carteirinha. Mas quando vejo certas reações e certas pessoas vociferando contra o "hermano" é inevitável solidarizar com ele. O duro mesmo é ver que muita gente embarca fácil, fácil nessa ladainha. Quanto ao Tio Sam, é preciso dizer alguma coisa?
É lógico que a Colômbia precisa de cada vez mais armas, pois necessita extinguir a desgraça do grupo terrorista Farc.
Ué, "Anônimo", pensei que as Farc haviam sido fragorosamente derrotadas... é o que dá acreditar na Veja.
Ola visitei seu blog e gostei muito e gostaria de convidar para acessar o meu também e conferir a postagem de hoje: Meditações “Latino”-Americanas
Sua visita será um grande prazer para nós.
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Atenciosamente,
Sebastião Santos.
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