quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

“O homem que mudou o jogo”



Típica história de superação esportiva, categoria “Sessão da Tarde chique”, dessas que os palestrantes motivacionais adoram exibir para diretores de grandes empresas. Pois o apoio inovador de estatísticas na montagem do time de beisebol é tão importante quanto a habilidade em gerenciar os recursos humanos disponíveis. Sob essa ótica, não exige grandes conhecimentos da modalidade para a prazerosa fruição das platéias globais.

Pontepretanos, bugrinos e outros companheiros de sofrimento futebolístico descobrirão identidades melancolicamente familiares. Mas por razões que fogem à simpática premissa do enredo: em qualquer atividade competitiva, não há engenho que supere uma avassaladora desvantagem financeira, e os campeonatos dominados por tais disparidades não passam de encenações para ludibriar sonhadores incautos. Eis porque a crônica esportiva brasileira ignora o filme e as delicadas reflexões que suscita.

Brad Pitt faz caretas divertidas, mas não iguala seus melhores trabalhos, especialmente os cômicos. O maior destaque do elenco é Jonah Hill, lembrado com justiça para o Oscar de coadjuvante. Philip Seymour Hoffman, que poderia roubar o filme, está generosamente contido. Não há grandes arroubos técnicos, e tenho minhas dúvidas quanto à festejada condução do diretor Bennett Miller. Mas a edição (que mescla cenas reais e fictícias dos jogos) é primorosa, impondo um ritmo empolgante e chegando até a atrair certa simpatia por esse esporte incompreensível.

Nenhum comentário: