quinta-feira, 19 de abril de 2012

E Dilma dobrou os bancos



Os banqueiros reagiram com a habitual arrogância. Os analistas, como sempre, anunciaram o pior dos mundos (Roberto Luiz Troster publicou um texto na Folha com o título “Não vai dar certo”). Todo o noticiário econômico reverberou pessimismo e até certa ironia: como a presidenta ousava impor sua agenda a instituições tão poderosas?

Pois erraram todos. Em menos de um mês os bancos recuaram e seguiram exatamente aquilo que o governo esperava deles. Tratados a pão-de-ló pela mídia corporativa que financiam e beneficiados pela concentração cartelizada do mercado, os bancos subestimaram a capacidade agregadora da concorrência. E agora refugam feito mercearias de bairro para não perder a freguesia.

É importante deixar bem claro que a culpa dos juros astronômicos não é da inadimplência, como apregoam os burocratas. Pelo contrário. São os juros indecentes que elevam as dívidas originadas pelo crédito a patamares impossíveis, causando a quebradeira generalizada de milhões de trabalhadores para em seguida aprisioná-los pelo resto das vidas. A prova de que esse sistema é abusivo acaba de ser dada no próprio recuo dos bancos.

Há ainda outras medidas governamentais necessárias. Divulgar e facilitar a portabilidade de financiamentos e contas bancárias, por exemplo, é imprescindível. Mas também ajudaria melhorar a qualidade dos serviços prestados pelas instituições públicas (agências, internet, produtos), que ainda ficam muito abaixo de qualquer padrão aceitável.

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostei do comentário. Preciso e claro, toca em alguns pontos de fato fundamentais. Também espero que novas medidas sejam tomadas para cercear de vez os excessos do sistema financeiro.

Vania disse...

Eu não pretendia entrar como anônimo. Desculpe, mas cliquei errado.

Zioprati disse...

Será o fim dos assaltantes? Que nada: o bando continua muito unido. Segurem seus bolsos.