Podemos fazer mil críticas às atividades do tal Cripta
Djan e de seu coletivo Pixação. Uma que não lhes cabe, porém, é a da
incoerência. Recebida pela Bienal de Berlim para uma oficina, a turma violou os limites acertados e tratou de justificar o convite. Estranho seria se
rabiscasse os espaços confortáveis que tinha à disposição, desse uma palestra
em inglês, posasse para fotos e depois fosse tomar milk-shakes.
O curador Artur Zmijewski pagou o preço de uma
ingenuidade que não se espera de um artista ousado e controverso como ele.
Repetindo o equívoco da coordenação da infame Bienal do Vazio, Zmijewski
acreditou que as regras de conduta do microcosmo artístico seriam suficientes
para domesticar um grupo cuja essência é justamente combatê-las. Saiu pintado
de amarelo.
Não existe “meia transgressão”. Se alguém quer
extrapolar as fronteiras da arte política, deve estar preparado para enfrentar
as conseqüências. Esse hábito de promover a rebeldia e depois chamar a polícia para contê-la ainda vai acabar mal.
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