Será que alguém na mídia corporativa sabe que o
STF cedo ou tarde julgará Eduardo Azeredo e o mensalão do PSDB? E que a
previsível diferença de abordagem do noticiário em relação ao atual julgamento
ficará patente? E que ela demonstrará a contaminação político-partidária desses
veículos, comprovando as acusações dos seus maiores críticos? E que uma
incoerência desse tamanho marcará a história da imprensa brasileira, inspirando
“estudos de caso” em dissertações, teses e livros país afora?
Eis um debate para ocupar as mentes mais responsáveis
das redações, especialmente as dos sagazes colunistas. Os linchamentos morais e
a espetacularização do ritual judiciário que marcam os comentários sobre os
trabalhos do STF deveriam soar inaceitáveis para sensatos de qualquer temperamento
ideológico. E não apenas pelos precedentes que inaugura. Para além das
reputações e das imagens institucionais atingidas, é o próprio jornalismo que
agoniza com os desvarios de uma súcia de irresponsáveis.
Pode-se argumentar que os valores democráticos
servem inclusive àqueles que tentam questioná-los. Mas destruir a credibilidade dos seus alicerces talvez esteja um pouco além do aceitável.
Um comentário:
Concordo plenamente. Há anos que já não leio mais jornal. E olha que era uma das coisas que mais gostava de fazer. Enfim, como eu, acredito que muitos outros brasileiros já desistiram desse festival macabro de desinformação que predomina na "mídia" nativa.
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