quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Expectativa













Depois de muitas reviravoltas e distorções, as pesquisas eleitorais dos maiores institutos vão se encaminhando para as tendências que os partidos já dispunham por encomenda. É impossível comprovar que os levantamentos anteriores traziam falsos cenários (os profissionais do ramo sabem forjá-los sem deixar vestígios), mas algumas ondulações extrapolam os limites da credibilidade. Em outras palavras, as insinuações artificiais não conseguiram influir o suficiente na intenção de voto para materializar-se estatisticamente, e as curvas tiveram de guinar rumo a um quadro mais verdadeiro.

Entre hoje e sábado, como em toda véspera eleitoral, os institutos farão os últimos ajustes nas enquetes para preservar suas reputações. Sempre com providencial apoio das margens de erro, deixarão sinais discretos para o eleitor, especialmente úteis às análises sabujas, provocando vários níveis de voto útil: um que acaba com a disputa já no primeiro turno, outro que impede uma virada, outro ainda que seleciona o melhor adversário para um inimigo comum.

Não chega a surpreender, assim, que a esmagadora maioria das pesquisas nas grandes cidades aponte cenários de aflitiva imprevisibilidade. Especialmente nas disputas que envolvem petistas e demotucanos. Perceba-se também que, nos casos mais valorizados pela mídia, os panoramas estatísticos foram aos poucos limpos de oscilações desagradáveis para os interesses que orbitam ao redor dos institutos e veículos de comunicação, tornando o humor do eleitorado vulnerável a contratempos de várias espécies. Greves inoportunas, por exemplo.

Em certos lugares, considerando os personagens envolvidos, as perspectivas não parecem muito alvissareiras para a propagada festa democrática.

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