sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A viagem



















Épico baseado em romance de notória complexidade, cheio de pretensões metafísicas e de lucubrações humanistas. Demanda pelo menos duas visitas para um entendimento seguro das muitas histórias intercaladas, ou melhor, dos elos causais que as explicam. A sensação final é de que pede um esforço desmedido para se chegar a uma essência transcendental meio simplória, com viés espiritualista incômodo.

São seis enredos editados em paralelo, três dirigidos pelos irmãos Wachowski (de “Matrix”) e três por Tom Tykwer (de “O perfume”). Destes filmes os diretores trouxeram, respectivamente, Hugo Weaving e Ben Wishaw, que produzem as melhores interpretações do elenco estelar e um tanto subaproveitado. É interessante perceber como o material a cargo de Tykwer possui nítida superioridade cinematográfica.

Como passatempo, transcorre bem, apesar da extensão inusual. Há notável apuro técnico, particularmente na edição e na direção de arte. O esforço hercúleo concentrado na maquiagem resulta desigual, melhor do que alguns críticos acusaram, e muito além da média costumeira. Mas o abuso do truque deixa evidentes suas próprias limitações narrativas, que os créditos finais “explicativos” apenas reforçam, transformando um recurso técnico acessório numa espécie de atração virtuosística à parte.

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