segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Leis que viram fumaça














A lei que vetou o fumo em ambientes fechados nasceu de uma jogada de marketing eleitoral do governo demotucano paulista. Além do flagrante oportunismo, a medida foi imposta de modo autoritário, ignorando direitos e princípios técnicos rudimentares.

Como sói acontecer com essas canetadas burras, previsivelmente, a sensatez tratou de aparar seus vícios originais. Assim, a estúpida proibição dos fumódromos, que aos poucos se submeteu à realidade, agora caminha rumo à obsolescência.

As áreas reservadas para fumantes não apenas sobrevivem nas grandes casas de espetáculo paulistas, como também ocupam espaços cobertos e de passagem livre para os interiores. Tudo contrariando o previsto na legislação. E, mais importante, com a anuência de todos os espectadores.

Claro que esses estabelecimentos são ilhas de violações legais, diversas e impunes, particularmente ao Código do Consumidor. E ali circula grana pesada, que “desestimula” a ação das autoridades. Mas não deixa de ser sintomática a inoperância seletiva das milícias fiscalizadoras, que espalham ameaças pelos botecos das metrópoles (impedindo o fumo nas calçadas, por exemplo), mas desaparecem dos locais onde o desrespeito à norma é flagrante e incontroverso.

A fúria antitabagista deixa de soar civilizada quando implica a desova de centenas de grã-finos fumaceiros nas entranhas ameaçadoras da urbe.

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