Homenagem de Christopher Nolan ao "2001"
de Stanley Kubrick (1969). Tem as mesmas pretensões metafísicas e,
curiosamente, uma linha narrativa parecida. Há algo também do “Solaris” de
Andrei Tarkovsky (1972).
O esplendor visual suplanta as complexidades
científicas da trama e seus escorregões melodramáticos. As bases teóricas são difíceis
demais para o espectador leigo, que aproveitará melhor a experiência se voltar
ao filme depois de buscar umas noções rudimentares sobre os “buracos de minhoca”
e afins.
Além dos efeitos, os aspectos mais positivos são a
direção de atores (particularmente Matthew McConaughey, lamento admitir) e a fotografia,
a cargo desse virtuose genial que é Hoyte Van Hoytema (de “Ela” e “O espião que
sabia demais”).
Nolan é ótimo inventor de universos. Sabe mexer com
os recursos digitais como poucos, criando ambientes muito próprios e sólidos.
Aqui, retornando ao tempo, o tema central de sua obra, enfrenta o paradoxo já
proposto em “A Origem”: a representação daquilo que é, quase por natureza, irrepresentável.
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