Publicado no Brasil 247
A modalidade esportiva mais popular no país vive uma crise institucional de proporções inéditas. A seleção foi desmoralizada. Os campeonatos acumulam jogos medíocres e público irrisório. Clubes e rede Globo têm dívidas fiscais bilionárias, talvez impagáveis, enquanto a maioria dos atletas amarga péssimas condições de trabalho.
A modalidade esportiva mais popular no país vive uma crise institucional de proporções inéditas. A seleção foi desmoralizada. Os campeonatos acumulam jogos medíocres e público irrisório. Clubes e rede Globo têm dívidas fiscais bilionárias, talvez impagáveis, enquanto a maioria dos atletas amarga péssimas condições de trabalho.
Governo federal, Congresso, dirigentes, jogadores,
a CBF e a emissora mobilizam-se para proteger seus interesses. Apesar da
dinheirama, os políticos temem a insatisfação dos torcedores com ações
judiciais que inviabilizem os times populares. A desmoralizada CBF antevê uma
onda intervencionista que ganha adeptos em diversas instâncias. A Globo, sempre
questionada por causa dos horários das partidas, recebe pressões de anunciantes
insatisfeitos com o espetáculo decadente que patrocinam. Os atletas julgam-se
desprestigiados demais para enfrentar os lobbies do setor.
Existe uma saída possível para as demandas conjuntas.
Ela passa pela criação de uma Liga de clubes que administre os campeonatos de
todas as divisões, negociando com a mídia e os patrocinadores diretamente. As
principais inovações do estatuto da entidade seriam:
- Sistema rotativo de comando nos clubes e nas
federações.
- Calendário racional de jogos, harmonizando os
campeonatos e as “datas FIFA”.
- Distribuição igualitária das verbas televisivas
entre os participantes da competição.
- Rigidez fiscal e trabalhista.
- Compensações aos times reveladores de talentos.
- Fundo para apoio a categorias de base,
alimentado com porcentagens das bilheterias, divididas em faixas proporcionais
à pendência tributária de cada agremiação.
O pacote pode nascer de uma ação coordenada dos
três Poderes, que usariam os passivos exorbitantes como forma de persuadir seus
responsáveis. Desde que ninguém apareça com acintosas anistias, o futuro dos
times está fadado ao trâmite amargo dos ritos processuais. Cedo ou tarde os
devedores serão executados, perdendo reservas, contratos, patrimônio e direitos.
Acordos paliativos de renegociação apenas perenizam a ruína das estruturas
futebolísticas.
As contrapartidas valeriam o sacrifício. Os times
e a Globo zerariam suas pendências, ganhando fôlego para investir e livrando-se
da constrangedora devassa. Os jogadores teriam as velhas demandas atendidas. A
CBF garantiria poder irrestrito sobre a seleção, mantendo vínculos
arrecadatórios com a Liga. Os torcedores receberiam campeonatos mais equilibrados e emocionantes, em condições dignas de organização. E o
governo trocaria um dinheiro incerto pelos frutos políticos da iniciativa
moralizadora.
A crise atual representa uma chance irrepetível de
reorganizar o futebol brasileiro. Basta um pouco de visão estratégica das
autoridades públicas, do Bom Senso e dos times de menor poder financeiro, cuja
situação majoritária nunca foi tão decisiva. Se a imprensa esportiva pudessenão ser bairrista só desta vez, já contribuiria bastante.
Um comentário:
Amigo,o que eles da imprensa(Globo a Frente)querem,estão conseguindo.destruir nosso futebol cuja cereja desse bolo será a histórica eliminação nas eliminatórias sul americanas para a copa FIFA!e pode acontecer já nessa edição para 2018! por que: para revoltar o povo dizendo que "foi o PT" que tirou o Brasil da Copa. só assim para eles terem alguma esperança de voltarem ao poder federal!
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