sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

“Boyhood”






















Grande ideia de Richard Linklater, cineasta sempre interessante. A passagem do tempo transcorre com uma estranha homogeneidade narrativa, que evidencia a própria solidez do diretor ao longo dos anos. A transição sutil entre as épocas evita os cortes de uma estrutura episódica tradicional, mas não despreza as referências contextuais que ajudam a construir um painel histórico e cultural dos EUA.

O respaldo crítico e a consagração dos prêmios provocaram diversas ressalvas aceitáveis, como a da falta de arco dramático do roteiro. Mas as objeções quanto à simplicidade dos personagens soam exageradas. Num tratamento que se propõe realista, podemos esperar que as coisas da vida possuam “sentidos” claros e tranquilizadores?

De qualquer forma, é experiência invulgar, de uma delicadeza quase melancólica, exatamente porque limpa de verborragias metafísicas.

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