A CPI das Pesquisas Eleitorais tem jeito de tapete
levantado para esconder o tema definitivamente. A gritaria dos institutos, ecoada
nos veículos que os apoiam, pauta os debates eventuais, desviando o foco dos
verdadeiros problemas da questão.
O apelo do “direito à informação” é diversionismo
esperto. Tratar pesquisas como “informação” relevante pressupõe uma exatidão
que nem mesmo seus maiores defensores apregoam. E informações podem ser
checadas, ao contrário de vereditos parciais sobre a vontade dos cento e tantos
milhões de eleitores.
Se fosse possível afirmar “Fulano sobe e empata
com Cicrano”, todos os levantamentos deveriam gerar dados parecidos. A admissão
de que a menor diferença metodológica pode refletir nos índices já retira o
caráter “factual” da estatística.
Por isso o questionamento às pesquisas não envolve
a sua distância dos resultados das votações. Apenas os institutos fazem essa
associação, fingindo-se de tolos. O problema dos levantamentos é a discrepância
eventual que apresentam entre si: aqueles números inexplicáveis que distorcem o
cenário geral e viram factoides propagandísticos.
A CPI ganharia utilidade pública entrevistando
matemáticos independentes, reconhecidos no meio acadêmico, visando sistematizar
regras para a realização e a apresentação das pesquisas. Em duas ou três
sessões o TSE perderia o pretexto da incompetência para omitir-se diante da
manipulação dos institutos.
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