segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Margem de manipulação
















A CPI das Pesquisas Eleitorais tem jeito de tapete levantado para esconder o tema definitivamente. A gritaria dos institutos, ecoada nos veículos que os apoiam, pauta os debates eventuais, desviando o foco dos verdadeiros problemas da questão.

O apelo do “direito à informação” é diversionismo esperto. Tratar pesquisas como “informação” relevante pressupõe uma exatidão que nem mesmo seus maiores defensores apregoam. E informações podem ser checadas, ao contrário de vereditos parciais sobre a vontade dos cento e tantos milhões de eleitores.

Se fosse possível afirmar “Fulano sobe e empata com Cicrano”, todos os levantamentos deveriam gerar dados parecidos. A admissão de que a menor diferença metodológica pode refletir nos índices já retira o caráter “factual” da estatística.

Por isso o questionamento às pesquisas não envolve a sua distância dos resultados das votações. Apenas os institutos fazem essa associação, fingindo-se de tolos. O problema dos levantamentos é a discrepância eventual que apresentam entre si: aqueles números inexplicáveis que distorcem o cenário geral e viram factoides propagandísticos.

A CPI ganharia utilidade pública entrevistando matemáticos independentes, reconhecidos no meio acadêmico, visando sistematizar regras para a realização e a apresentação das pesquisas. Em duas ou três sessões o TSE perderia o pretexto da incompetência para omitir-se diante da manipulação dos institutos.

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