Retrato impiedoso do universo das celebridades
midiáticas, hollywoodianas em particular. Diálogos contundentes e personagens cruéis,
que chegam a soar engraçados de tão verossímeis e repugnantes. Um pequeno
tratado sobre o cinismo habilmente construído pelo roteirista Bruce Wagner.
O estilo inconfundível de David Cronenberg dá
solidez à abordagem, no estranhamento (e na deformação) dos corpos, na
sexualidade latente e tortuosa, nas composições visuais que sempre têm algo de
incômodo. Também na direção do elenco estelar, com destaque para Julianne
Moore, premiada em Cannes pelo filme.
Muito se especula sobre os subtextos e as
alegorias do enredo. Acho mais seguro apostar nas óbvias dicotomias (fogo e
água, sonho e realidade, passado e presente) e naquilo que elas sugerem sobre o
mundo sombrio do entretenimento.
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