sexta-feira, 22 de maio de 2015

Avalanche de filmes














Tenho visto mais produções recentes do que consigo abordar aqui. Evito falar de obras desinteressantes, mas há algumas que merecem pelo menos a sugestão da visita.

À procura de Sugarman incorpora, na linguagem documental, um arco narrativo típico da ficção. O efeito é intrigante, valorizado pelo protagonista simpático. Notável como o domínio da linguagem suplanta as condições precárias de realização.

Citizenfour, também premiado com o Oscar, possui importância política evidente. Sua força reside noutro elemento caro ao gênero, o oportunismo do flagrante histórico. Mas há algo de acaciano nas denúncias e de ingênuo na estupefação dos personagens.

Sr. Turner é belo poema visual de Mike Leigh, grande diretor de atores. A fotografia primorosa reproduz as luzes e cores do mestre inglês do século XIX, com referências deslumbrantes a outros pintores românticos, especialmente os paisagistas.

Grandes Olhos reúne Tim Burton, Amy Adams e Christoph Waltz, nomes que sempre merecem alguma atenção. Fiel à linha biográfica sobre pintura, a plasticidade sobressai a ponto de suplantar os pequenos deslizes de andamento. E essa história precisava ser contada algum dia.

As imagens em preto e branco de O ciúme foram muito elogiadas, com razão. Também gostei do filme pela despretensão do enredo amoroso e familiar. E pelo roteiro fragmentário, episódico, limpo dos recursos empáticos próprios do estilo.

Meu apreço por Era uma vez em Nova York vem do diretor, James Gray, que admiro desde o início da carreira. Marion Cotillard e Joaquin Phoenix completam o pacote com a força de sempre. Pesado e triste, visualmente impecável, é um dos melhores filmes hollywoodianos de 2013-14.

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