O enredo faz pouco para construir sua
verossimilhança, a ponto de ganhar um viés meio alegórico. Não chega a lhe
fazer mal. O drama de mulheres nessa situação dificilmente seria palatável para
as plateias familiares sob luzes realistas.
Deve render um Oscar a Brie Larson, ótima atriz
oriunda do universo independente (no sentido que a palavra adquiriu a partir do
seleto festival de Sundance). Ela pareceu melhor em “Short Term 12”, mas aqui
mantém sua capacidade de conferir solidez a personagens difíceis, que outras
intérpretes mergulhariam no chororô vazio.
Não sei se o filme permite muitas lucubrações além
do tema central da maternidade, mas já é um tópico sensível e abordado com
delicadeza. Além da protagonista, vale pelo desenho de som e pela maneira
interessante como o roteiro se estrutura, em duas partes, com um clímax precoce
a dividi-las.
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