segunda-feira, 7 de maio de 2012

Apagaram


O colapso dos transportes controlados pelo governo paulista chegou a níveis inéditos. Superlotação desumana, filas absurdas, panes técnicas e confusões generalizadas viraram ocorrências diárias no sistema de trens e metrôs da capital. Em meio a tudo isso, há contínuas denúncias de corrupção envolvendo os contratos da área.

E é coisa antiga. A novidade atual vem da inevitável divulgação dessa calamidade, que nem a imprensa corporativa consegue omitir. Tanto disfarçaram a realidade, aliás, que chegamos a tal nível de esculacho.

Pois não aparece uma análise ou um editorial sequer chamando isso de “apagão”, como os indignados já fizeram exaustivamente em outras circunstâncias. Claro que o termo, razoável para simplificar surtos de queda de energia, serve pouco ao debate sobre os reais problemas de estrutura que vitimam o contribuinte, como a paralisação momentânea dos serviços aéreos. Mas por que desaparece agora, quando o colapso é continuado e atinge milhões de pessoas?

Talvez porque os comentaristas políticos não usam metrô, vai saber.

2 comentários:

Vania disse...

Com certeza, a provável razão que você levanta é bem plausível: "colunistas" e "jornalistas" não viajam de metrô. Por outro lado, acredito também que essas pessoas não se preocupam nem um pouquinho com a sorte dos mais desvalidos. Elas se acham privilegiadas e têm o maior orgulho disso! Quanto aos outros: ora, que se danem!

zioprati disse...

Se perdessem o carro e a carona ganhariam outra visão de mundo. A alienação não é previlégio das massas. Essas pelo menos tem boas desculpas.
- Droga! Perdi meu ônibus.