Comédia dramática eficaz, de premissas
implausíveis para o gênero. Os jovens diretores Olivier Nakache e Eric
Toledano abordam a história real (bastante conhecida na França) da maneira mais
ortodoxa possível, cativando a empatia do espectador através de hábeis
manipulações de clichês do entretenimento agridoce. Não evitam os delicados
assuntos envolvidos, mas parecem dispostos a impedir que eles obscureçam o tema
central, a surpreendente amizade dos protagonistas.
Boa parte do sucesso estrondoso que alcançou advém
da notável química entre os atores principais. François Cluzet, uma das maiores
estrelas do cinema francês contemporâneo, supera dignamente as limitações
físicas do personagem. Mas é Omar Sy quem prevalece, numa composição vigorosa e
irresistível que conduz o tom geral do filme e fornece as suas melhores sequências.
Parte da crítica dos EUA acusou a obra de racista
porque o cuidador verdadeiro é argelino e não senegalês, como retratado. Todas
as implicações raciais e religiosas que diferenciam modelo e personagem inflamaram
o ranço politicamente correto daquelas mentalidades restritas. Nakache e
Toledano justificaram-se afirmando que precisavam tomar alguma liberdade para
garantir a presença de Omar Sy, com o qual já haviam trabalhado em seus três
filmes anteriores. Polêmica desnecessária para uma decisão irrepreensível.
Um comentário:
Fui ver o filme, no sábado, e adorei! Fui totalmente dominada pelo ambiente ao mesmo tempo sentimental e cômico do enredo, e fiquei apaixonada pelas interpretações dos dois protagonistas. Enfim, um verdadeiro espetáculo cinematográfico!
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