sexta-feira, 7 de setembro de 2012

“Intocáveis”



















Comédia dramática eficaz, de premissas implausíveis para o gênero. Os jovens diretores Olivier Nakache e Eric Toledano abordam a história real (bastante conhecida na França) da maneira mais ortodoxa possível, cativando a empatia do espectador através de hábeis manipulações de clichês do entretenimento agridoce. Não evitam os delicados assuntos envolvidos, mas parecem dispostos a impedir que eles obscureçam o tema central, a surpreendente amizade dos protagonistas.

Boa parte do sucesso estrondoso que alcançou advém da notável química entre os atores principais. François Cluzet, uma das maiores estrelas do cinema francês contemporâneo, supera dignamente as limitações físicas do personagem. Mas é Omar Sy quem prevalece, numa composição vigorosa e irresistível que conduz o tom geral do filme e fornece as suas melhores sequências.

Parte da crítica dos EUA acusou a obra de racista porque o cuidador verdadeiro é argelino e não senegalês, como retratado. Todas as implicações raciais e religiosas que diferenciam modelo e personagem inflamaram o ranço politicamente correto daquelas mentalidades restritas. Nakache e Toledano justificaram-se afirmando que precisavam tomar alguma liberdade para garantir a presença de Omar Sy, com o qual já haviam trabalhado em seus três filmes anteriores. Polêmica desnecessária para uma decisão irrepreensível.

Um comentário:

Vania disse...

Fui ver o filme, no sábado, e adorei! Fui totalmente dominada pelo ambiente ao mesmo tempo sentimental e cômico do enredo, e fiquei apaixonada pelas interpretações dos dois protagonistas. Enfim, um verdadeiro espetáculo cinematográfico!