A resistência de Paulo Skaf a assumir a aliança
nacional do PMDB com a candidatura Dilma Rousseff é exemplo dessas práticas eleitorais maliciosas que ajudam a minar a credibilidade da esfera política.
Um filiado que ignora as decisões legítimas de sua
agremiação viola não apenas os princípios da coerência programática, mas também
a própria lógica do sistema partidário. Coligações, convenções e plataformas
simplesmente deixam de fazer sentido quando os quadros de uma sigla utilizam-na
segundo conveniências pessoais.
Skaf quer evitar o desgaste do antipetismo paulista, longa e cuidadosamente articulado pela imprensa local. Quer posar de
“independente”, quiçá “apolítico”, nos sentidos ilusoriamente positivos, que
essas palavras ganharam junto à indignação desinformada.
O representante da indústria quer, em suma, se
locupletar apenas dos benefícios que as estruturas eleitorais lhe proporcionam.
Na hora de encarar as complexidades e os percalços do fazer político, o sabujo
posa de pragmático. Filiar-se a uma legenda nanica sem mídia ou estrutura? Nem
pensar.
É possível e necessário confrontar, inclusive
judicialmente, a cômoda infidelidade de Skaf perante o PMDB e seus acordos.
Pelo menos para mostrar que o comando da campanha petista conhece os riscos abertos
pelo precedente.
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