O maior desafio da campanha de Dilma Rousseff é desconstruir a imagem benevolente de Marina Silva sem vitimizá-la e sem reforçar os rótulos novidadeiros que a protegem das críticas. A inexperiência a fortalece no imaginário descontente. O conservadorismo atrai adeptos de Aécio Neves. A esperteza alivia os pragmáticos. A ingenuidade encanta os utopistas.
Pois é exatamente essa maleabilidade que enfraquece a candidata. Ela faz campanha há semanas, dominando o noticiário, e seu projeto continua vago. A cada constrangimento com o programa de governo, Marina reformula tópicos essenciais, rompe compromissos, descaracteriza-se politicamente. A única plataforma que parece movê-la é o uso do legado petista para derrotar o PT.
As oscilações camaleônicas de Marina são agravadas pela displicência que dedica ao problema da governabilidade. A balela da gestão plebiscitária é um mau disfarce para a inevitável fragilidade da sua base parlamentar. Também a fantasia voluntarista de que os "melhores" a seguiriam, como se ela própria fosse alegremente participar da administração alheia depois de perder uma disputa acirrada e cheia de ressentimentos.
A leviandade, o cinismo e a incoerência da candidatura Marina Silva precisam ser incorporados ao debate sucessório. Inclusive para confrontar as estratégias torpes da imprensa corporativa, fonte das verdadeiras baixarias que há anos atingem os governos federais. Aliás, "terrorismo eleitoral" é usar esse tipo de estigma para blindar uma candidatura centrada na idealização personalista.
Óbvio que não se trata de lançar ataques pessoais a Marina, mas de impedir que a estratégia despolitizadora faça dela uma figura inquestionável. É isso que pretendem seus apoiadores, pois sabem que a ilusão da "terceira via" não sobrevive a um embate sério. E Marina só descerá do pedestal messiânico se esta posição começar a prejudicá-la seriamente. Dando-lhe a pecha de arrogante e dissimulada, por exemplo.
O mesmo acontece com a hidrofobia antipetista de boa parte dos marineiros convictos. Quanto mais violentas, irracionais e elitistas forem suas reações, menos adeptos conseguirão entre os indecisos e os ponderados. Os possíveis efeitos colaterais das críticas a Marina serão revertidos se ela ficar associada ao voto raivoso, fanático e vazio de argumentos. Basta provocá-lo.
O eixo da campanha audiovisual de Dilma deve continuar focado nos sucessos dos governos petistas, em propostas administrativas e nos paralelos com os aventureiros que destruíram o país a pretexto de salvá-lo. São armas relevantes, que a oposição não pode usar contra a presidenta.
Mas o avanço de Marina ocorreu graças à adesão de setores tradicionalmente alheios à propaganda oficial do rádio e da TV. A força da candidata advém da internet, em especial das redes sociais, onde proliferou o espírito contestatório das manifestações do ano passado. É no âmbito virtual, portanto, que a militância dilmista precisa concentrar seus esforços.
Pois é exatamente essa maleabilidade que enfraquece a candidata. Ela faz campanha há semanas, dominando o noticiário, e seu projeto continua vago. A cada constrangimento com o programa de governo, Marina reformula tópicos essenciais, rompe compromissos, descaracteriza-se politicamente. A única plataforma que parece movê-la é o uso do legado petista para derrotar o PT.
As oscilações camaleônicas de Marina são agravadas pela displicência que dedica ao problema da governabilidade. A balela da gestão plebiscitária é um mau disfarce para a inevitável fragilidade da sua base parlamentar. Também a fantasia voluntarista de que os "melhores" a seguiriam, como se ela própria fosse alegremente participar da administração alheia depois de perder uma disputa acirrada e cheia de ressentimentos.
A leviandade, o cinismo e a incoerência da candidatura Marina Silva precisam ser incorporados ao debate sucessório. Inclusive para confrontar as estratégias torpes da imprensa corporativa, fonte das verdadeiras baixarias que há anos atingem os governos federais. Aliás, "terrorismo eleitoral" é usar esse tipo de estigma para blindar uma candidatura centrada na idealização personalista.
Óbvio que não se trata de lançar ataques pessoais a Marina, mas de impedir que a estratégia despolitizadora faça dela uma figura inquestionável. É isso que pretendem seus apoiadores, pois sabem que a ilusão da "terceira via" não sobrevive a um embate sério. E Marina só descerá do pedestal messiânico se esta posição começar a prejudicá-la seriamente. Dando-lhe a pecha de arrogante e dissimulada, por exemplo.
O mesmo acontece com a hidrofobia antipetista de boa parte dos marineiros convictos. Quanto mais violentas, irracionais e elitistas forem suas reações, menos adeptos conseguirão entre os indecisos e os ponderados. Os possíveis efeitos colaterais das críticas a Marina serão revertidos se ela ficar associada ao voto raivoso, fanático e vazio de argumentos. Basta provocá-lo.
O eixo da campanha audiovisual de Dilma deve continuar focado nos sucessos dos governos petistas, em propostas administrativas e nos paralelos com os aventureiros que destruíram o país a pretexto de salvá-lo. São armas relevantes, que a oposição não pode usar contra a presidenta.
Mas o avanço de Marina ocorreu graças à adesão de setores tradicionalmente alheios à propaganda oficial do rádio e da TV. A força da candidata advém da internet, em especial das redes sociais, onde proliferou o espírito contestatório das manifestações do ano passado. É no âmbito virtual, portanto, que a militância dilmista precisa concentrar seus esforços.
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