Merecem risos de escárnio as acusações de que a disputa
eleitoral ficou manchada pelo “jogo sujo” da campanha petista. É exatamente o
contrário.
Dilma Rousseff sofreu, desde muito antes do
primeiro turno, um bombardeio de ataques inescrupulosos. As mentiras sobre a Copa do Mundo (não, não nos esquecemos) e o espetáculo das acusações infundadas foram apenas dois de muitos exemplos da malícia desses mesmos
veículos e comentaristas que hoje posam de perplexos.
Só Aécio Neves desfruta do apoio de uma revista de
circulação nacional que espalha calúnias sobre seus adversários. Só ele tem a
seu lado uma rede hegemônica de televisão que reverbera aqueles crimes
eleitorais em horário nobre.
O discurso do antipetismo compartilha diversos enunciados
com os discursos fascistas tradicionais. Basta analisar o tratamento negativo
dado ao PT e a sua militância nas redes sociais e compará-los com léxico
semelhante nas manifestações contra judeus, negros, homossexuais, etc. Aécio
repetiu esses jargões cotidianamente.
A propaganda tucana, além de preconceituosa e
autoritária, embute falsificações irresponsáveis. A mais grave delas é falar em
“libertação” (“dessa gente”), como se o país vivesse um simulacro de ditadura; como se, aliás, não fosse Dilma a candidata que mais sofre com o partidarismo do Judiciário.
Até onde lembro, foi a polícia de Geraldo Alckmin (PSDB) que espancou manifestantes no ano passado.
Outra mentira muito cômoda é justamente a falácia
da baixaria, que tenta associar a petista à sujeira dos seus adversários. Não
há limites para o excremento verbal atirado em Dilma. Se ela reage, no entanto,
vira terrorista.
Assim transcorrerá a campanha até domingo. A
militância petista precisa ter em mente que a baderna e a
agressividade são favoráveis aos eleitores de Aécio Neves. No mínimo porque
extravasa a ansiedade e talvez a frustração que eles sofrem no momento. No
máximo porque ajuda a melar um jogo perdido.
A grandeza simbólica de uma eventual vitória de Dilma Rousseff será proporcional à imbecilidade dos seus oponentes.
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