O declínio da candidatura Marina Silva era lógico e previsível. A maioria das avaliações precipitadas que sucederam à morte de
Eduardo Campos ignoraram as óbvias fragilidades políticas e os imensos desafios
estratégicos que terminariam minando a campanha da pessebista.
O grande erro da candidata e de seus apoiadores foi
tratar as contradições da “terceira via” eleitoral como simples intriga baixa
dos adversários. Em vez de construir um modelo administrativo sólido,
preferiram remendá-lo. A metamorfose neoliberal foi substituída pelo ramerrão
da vítima indefesa. A novidade perdeu o encanto e passou a incomodar.
A derrota de Marina teve pouco a ver com jogo sujo
dos concorrentes. Sua propaganda foi a que mais bateu nos outros, segundo levantamento da própria Folha de São Paulo. Aliás, o discurso obsessivo da
corrupção generalizada na Petrobrás e as tentativas de desdizer compromissos
públicos são típicos da apelação populista.
Marina sucumbiu ao amadorismo dos seus próprios
assessores pessoais. A simples presunção de que uma senhorinha vulnerável e sem
partido seria capaz de vencer as máquinas do PT e do PSDB revela uma
ingenuidade que não está à altura do cargo pretendido.
O leitor que foi ludibriado pelo otimismo dos analistas acerca de Marina deve jogá-los no lixo da incredulidade eterna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário