segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O voto limpinho


O Tribunal Superior Eleitoral proibiu as campanhas de veicular material negativo sobre os adversários. Sob a ótica da disputa, essa medida beneficia apenas Aécio Neves. Os ataques a Dilma Rousseff continuarão, diariamente, na mídia corporativa. Censuradas na propaganda petista, as denúncias contra o tucano desaparecerão.

Canetada esperta: empurra os debates para terreno favorável ao discurso novidadeiro do candidato de FHC. Tudo que Aécio precisa agora é limpar sua imagem dos podres que escancaram a falsidade da “mudança” que a torna palatável.

A campanha dilmista poderia aproveitar a piada inevitável da mordaça “propositiva”. Talvez defendendo uma legislação que impeça a candidatura de ex-governadores que usaram dinheiro público para instalar aeroportos nas terras de suas famílias. E outra lei cassando mandatos de legisladores que fogem do bafômetro.

Mas falando sério. Algo está muito errado quando magistrados interferem na pauta eleitoral, mudando as regras no meio do processo. Pior ainda quando o fazem para calar informações relevantes sobre a índole de alguém que tenta ser presidente da República.

Se o nepotismo e a irresponsabilidade (e a hipocrisia e o passado nebuloso) são detalhes insignificantes de um candidato, qualquer mandrião pode chegar ao Planalto. Basta que o sacrossanto Judiciário impeça os eleitores de conhecerem o bandido que os engana.

A sucessão transcorre muito bem, portanto, de forma igualitária, justa e equilibrada.

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