A oposição derrotada faz o possível para difundir
a falácia de que a campanha de Dilma Rousseff teria usado apelações e sujeiras
contra Aécio Neves. Ninguém esmiúça que falsidades seriam essas. Apenas se
repete o mantra da maldade petista, na esperança de que ele fique naturalizado,
à prova de demonstrações racionais.
O tucano passou meses destilando os venenos que
seus marqueteiros julgavam convenientes, inclusive acusações criminais não
comprovadas. Quando a brincadeira doeu no moço, ele rápido buscou o lenitivo judicial e a pena da sociedade. Se tivesse ganhado a eleição, tudo não passaria
de acerto estratégico.
Observada friamente, porém, a propaganda midiática
oficial transcorreu de maneira bastante razoável. Desde que os debates foram
dominados pela pauta da corrupção, seria ingênuo esperar deles amenidades
propositivas. As lamúrias em torno da desconstrução de Marina Silva, que partiu
de ambos os lados, revelam um desalento com as próprias limitações da
candidata.
Aécio foi inclusive poupado de questionamentos
pessoais que ele mesmo jamais teria evitado se o favorecessem contra um
adversário. Para sua sorte, algum petista graúdo cometeu o equívoco machista e
irresponsável de engavetar as suspeitas de que o mineiro teria agredido uma mulher, como se fosse coisa íntima de menor relevância. Em nenhuma democracia
do planeta esse tema seria ignorado numa campanha presidencial.
Mas acredito que o esforço para enraizar as
mentiras sobre o veneno do PT se deve mais a uma tentativa de criar responsabilidades
pela derrota de Aécio. Sem o vilão vermelho, o tucanato precisaria analisar e admitir seus equívocos. E isso, como sabemos, demanda uma boa dose de humildade.
Um comentário:
Um pouco tardiamente, mas acredito que sempre vale a pena: excelente análise essa, que não vi ninguém fazer e com a qual concordo plenamente.
Postar um comentário