quarta-feira, 5 de novembro de 2014

“Ele sabia do pó”

 











Imaginemos uma situação hipotética, totalmente fictícia e inverossímil.

O piloto do helicóptero dos Perrella, recentemente flagrado transportando cocaína, faz um acordo de delação premiada com a Justiça. Papo vai, papo vem, a dois dias da eleição presidencial, certa revista despeja um milhão de exemplares nas bancas com uma foto sombria de Aécio Neves e a frase: Ele sabia do pó. Sem aspas.

A mesma imagem percorre o país em centenas de outdoors estrategicamente montados perto de locais de votação. A mídia impressa repercute a bomba, multiplicando seu alcance. Faltando menos de 12 horas para o início do pleito, a rede Globo divulga em rede nacional a “matéria” da revista.

Nada comprova a acusação. Não ha sequer a certeza de que alguém disse mesmo a frase divulgada. Há apenas possíveis ligações políticas do tucano com a família proprietária da aeronave apreendida. E uma suposta fonte bandida, que não dá entrevistas.

A resposta judicial de Aécio à revista seria chamada de “censura”? A publicação ficaria impune? Os veículos deixariam de averiguar a veracidade dos ataques? A campanha de Aécio continuaria sendo acusada de jogar sujo para vencer a eleição?

Então. Pois é.

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