Um dos melhores exemplos recentes da versatilidade
da tecnologia digital. Se não reproduz a delicadeza da película (especialmente
nas externas), permite os travellings
imensos, os planos-sequência, as evoluções dramáticas e até uns efeitos
especiais mais ou menos apurados.
Claro que o uso do digital tem aspecto “político”
nesta crítica feroz ao cinemão hollywoodiano. Mas a sua ousadia metalinguística,
que mistura tratamentos hiperrealistas e alegóricos em cenários grandiosos,
seria quase impossível sob as exigências do sistema analógico. E não deve ter
sido fácil mesmo assim: outro marco da genialidade do fotógrafo Emmanuel Lubezki.
Edição de som primorosa, ajudada pelos expressivos
solos de bateria. Ótima direção de elenco, habitual nos trabalhos de Alejandro
Iñárritu. Talvez não seja a melhor obra do mexicano, mas certamente é a mais
original.
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