A troca na direção da Petrobrás marca o início do
novo mandato de Dilma Rousseff. É uma boa notícia por diversos aspectos, mas
principalmente porque mostra o governo deixando de agir em função do noticiário catastrofista.
Até agora o Planalto parecia contaminado pelo vírus
da crise avassaladora. Nem mesmo o índice de desemprego abaixo de 5% (entre os
menores do mundo) era capaz de injetar um pouco de otimismo na cúpula
governista.
Esse é o antigo problema de reverberar a mídia
corporativa: cedo ou tarde a mentira cola por insistência. Passamos a acreditar
que a realidade é feita só dos problemas que o jornalismo seleciona e
supervaloriza.
A gestão de Graça Foster na Petrobrás vinha
cometendo erros típicos da somatização depressiva. Quando rompia o silêncio
temeroso, a predisposição ao colapso fornecia ainda mais material para que ele
se reproduzisse no imaginário popular.
Realmente faltam rudimentos de comunicação ao
governo. Sua incapacidade de rebater os boatos mais estapafúrdios beira o
amadorismo. E o desprezo da presidenta pela negociação política tem algo de
arrogante, para não dizer autoritário.
Acima de tudo, porém, falta-lhe atitude propositiva. O
ímpeto vencedor que a oposição tenta ofuscar desde o primeiro momento. Assim
que Dilma recuperar a altivez, o resto virá no embalo.
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