O rol de políticos indiciados pelo Ministério
Público segue critérios incoerentes e partidarizados. Houve nítida
condescendência com o PSDB, tanto na exclusão de Aécio Neves quanto no recorte
cronológico dos fatos a averiguar.
Aécio tem mais indícios contra si do que boa parte
dos investigados. Também há diversas evidências de que os desvios na Petrobrás
começaram pelo menos durante o governo FHC, mas só foram considerados suspeitos
os personagens com atuação predominante no período petista.
Essa politização já desqualifica o trabalho dos
promotores, que não existem para fazer médias e demagogias. Se eles decidiram
seguir a opinião dos alcaguetes, que metessem todos os citados na ribalta, sem
exceções. Se, por outro lado, queriam bases mínimas de credibilidade, selecionar
fofocas é irresponsável e amadorístico.
Tudo começou na atuação do juiz Sérgio Moro, cuja seletividade
ideológica esteve clara desde muito cedo. Ali foi desenhada a moldura
antipetista da Lava Jato e seu “esquecimento” da origem tucana dos escândalos
na Petrobrás.
Ainda que Rodrigo Janot e seus assessores tenham
feito o possível com o tortuoso material que receberam, eles endossaram as
manobras tendenciosas do Judiciário paranaense. E, pior, tentaram dar-lhe um
aspecto falsamente pluripartidário que visa apenas salvaguardar a já combalida credibilidade
do inquérito.
A farsa não reside, portanto, na lista em si. Ela
advém do seu uso como símbolo midiático de uma pretensa luta contra a
corrupção. É um slogan da velha escandalolatria jornalística para alimentar a
rejeição popular contra a classe política, às vésperas dos protestos contra o
governo federal. Tem a mesma natureza manipuladora do tal “panelaço” inventado pelos veículos
oposicionistas.
Quando conhecermos a dimensão da mentira, Janot
dirá que a culpa foi de Moro, que a jogará sobre os delinquentes, que terão
sumido para saborear os restos de suas fortunas.
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