quinta-feira, 12 de março de 2015

Quem se beneficia com os protestos?

















As manifestações previstas para 15 de março foram promovidas sistematicamente pela grande imprensa. Grupos obscuros da direita antidemocrática receberam dos veículos uma visibilidade que movimentos sociais representativos jamais desfrutaram.

Grandes empresários financiam a propaganda dos atos nas redes sociais e até em panfletagens de rua. Suas corporações estão envolvidas com parlamentares, governantes, instituições bancárias e especuladores financeiros.

O PSDB e agregados mobilizam recursos humanos, técnicos e econômicos na realização dos protestos. A tese golpista do impeachment sempre teve apoio do tucanato, para desestabilizar o país visando benefícios eleitoreiros.

Eis os interesses que patrocinam as manifestações. Elas não são gestos espontâneos da sociedade, mas eventos realizados por entidades poderosas que instrumentalizam o ressentimento antipetista e a desinformação de setores do público.

Se visassem a corrupção, os protestos também exigiriam as renúncias de Geraldo Alckmin e José Serra, por conta das máfias metroviárias paulistas.

Se respondessem à incompetência administrativa, culpariam Alckmin pelos inúmeros problemas de São Paulo e Beto Richa pelo caos no Paraná.

Se defendessem a moralidade, atacariam FHC, que teve a reeleição comprada e nomeou Renan Calheiros ministro da Justiça; Aécio Neves, que construiu um aeroporto nas terras de sua família; e Eduardo Azeredo, envolvido com o mensalão mineiro.

As passeatas organizam-se de maneira nebulosa e reivindicam pautas manipuladas. Os vícios talvez não anulem sua legitimidade, mas revelam a natureza partidária e maliciosa de uma iniciativa que se apresenta como idônea e republicana.

Quem participa desse teatro imaginando promover melhorias para o país é apenas inocente útil a serviço de cínicos.  Incapaz de perder uma eleição com dignidade, a direita brasileira continua precisando de marchas familiares para ganhar relevância.

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