quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Manjuba



O Santos escapou de uma goleada ainda maior porque o Barcelona fez o que tinha de fazer e respeitosamente administrou o resto do jogo. Os campeões sequer pareciam cansados quando tudo terminou. Ao contrário de muitos, não achei monótono. Fiquei até um pouco emocionado em ver um time ganhar tão bonito sem sujar o uniforme, nitidamente se empenhando metade do que poderia.

Foi humilhante, sim, mas nem tanto pelo resultado previsível. Foi humilhante porque escancarou a pobreza do futebol brasileiro, dos seus cartolas megalômanos, da crônica bairrista, dos atletas supervalorizados, dos técnicos arrogantes, dessa gente medíocre que recebe salários inadmissíveis para ludibriar incautos. Que maravilhosa distância entre o mundinho manipulado de Ricardo Teixeira e o de seus assemelhados estrangeiros!

Como há tempos anunciávamos, bastaram marcadores competentes e uma arbitragem que não engole teatros para Neymar sucumbir aos seus óbvios limites. Compará-lo a Messi afronta o espírito universal do ludopédio, mas é ótimo para forjar delírios que depois evaporam como um sopro de tédio. Muricy Ramalho, com sua empáfia de gênio incompreendido, incentiva ilusões semelhantes (e as engoliu com a mesma areia indigesta). No fundo, eles se merecem.

3 comentários:

Dois navegantes disse...

Guilherme, concordo com tudo o que você disse. Realmente falta inteligência e humildade pra essa gente que comanda o futebol brasileiro. Mas ainda assim, como santista, gosto de ver o Neymar jogando. Jogadores como ele acabam se tornando a única razao pra se assistir a um jogo. Que outro motivo haveria? Ver o esquema tático montado pelos nossos técnicos? O entrosamento entre os jogadores? As jogadas ensaiadas? Todas essas coisas envelheceram mal neste país. Como nossos cartolas não sao capazes de se antecipar a nada, são obrigados a aprender com o velho mundo aquilo que eles podiam ter criado aqui.
Abraços,
Jair

Unknown disse...

Jair, entendo seu gosto pelo futebol de Neymar e acredito que a indisfarçável descadência brasileira no esporte se deve em parte à falta de talentos como o dele. Mas o garoto foi transformado (por cronistas, dirigentes, empresários, etc) em algo que ele não é e talvez nunca venha a ser. Neymar brilha fácil no Brasil, onde os árbitros são influenciados por uniformes e o nível geral é péssimo. Numa disputa realmente dura, como vimos, ele desaparece. Por isso, aliás, decidiu ficar no país. Agora acho que deveria aproveitar o vexame para cortar aquele cabelo e vestir as chuteiras da humildade. Assim, talvez, em alguns anos, chegue ao nível de excelência que julga possuir.
Abraços alvinegros do
Guilherme

Dois navegantes disse...

Puxa, Guilherme, entao estamos perdidos! Mas como eu sou um sonhador, vou esperar pelo amadurecimento do Neymar.
Abraços,
Jair